Chouriço

Chouriço is a spicy portuguese smoked sausage, made with pork meat, pork fat, wine, paprika and salt, stuffed into tripe (natural or artificial) and slowly dried over smoke. It can be served as part of a meal or used as a dildo.

sexta-feira, novembro 28, 2008

Estou com a mosca

Refreio

A partir de hoje, vou passar a ser um homem muito comedido nas palavras.

Como tal, estou a pensar em

Vegeta

Conheço um tipo que costuma pregar que é vegetariano, mas daqueles vegetarianos que comem peixe.

Nessas alturas, tenho sempre vontade de lhe perguntar de que árvore é que ele colhe o carapau...

Longas metragens

Sempre que me cruzo com uma tipa toda jeitosa, não consigo deixar de pensar na bela actriz que ela é nos filmes que faço com ela na minha cabeça.

Não somos todos?

Hans Zimmer & James Newton Howard - Like a Dog Chasing Cars:

Ou sim ou anão IV

Se os anões são considerados meia-lecas, serei eu um leca inteiro?

Ou sim ou anão III

Será que os anões, enquanto ainda miúdos, utilizam a expressão "Quando eu for grande quero ser..."?

Ou sim ou anão II

Existirão anões que pratiquem salto em altura?
E salto em comprimento?

Ou sim ou anão I

Será que os anões desportivamente torcem pelas equipas grandes?

Farpa nº "consigo suster a respiração durante mais tempo do que o tempo que o Benfica leva a sofrer um golo"

quinta-feira, novembro 27, 2008

Contando-vos uma estória

Pessoal do "Conta-me uma estória",

Ainda me faltam algumas respostas de alguns de vocês.

Se possível, tentem dar a resposta até final de amanhã, sexta-feira, que é para ver se aproveito o fim-de-semana prolongado para escrever o Capítulo terceiro.

Queria ver se não deixávamos cair isto na inércia...

Um grande bem hajam pela atenção.

O Narrador ->

Desmerecido

As coisas mais importantes na vida são sempre aquelas a que aprendemos a não dar importância.

O que eu digo não se escreve

O que eu escrevo não se diz.

Pedido ao Pai Natal

Quando for grande quero ser uma pessoa despreocupada.

A última instância

Acredito piamente que o Universo se define como um perfeito equilíbrio resultado de uma equação de coisas todas elas perfeitamente desequilibradas.

Se se perguntarem porquê, a culpa é da Mary Birth

Seis milhões de benfiquistas não é uma nação.

É uma praga.

Certo menos menos

Aprendi, ao longo destes últimos dias, que, ao invés de por certos e por errados, certas coisas medem-se por diferentes tipos de certos.

Mesmo que do outro lado dessas coisas jaza algo de completamente errado...

Para quem gostou do "Death Proof"

April March - Chick Habit:

Aaaaahhh, os oitentas...

Berlin - Take My Breath Away:

Azias


Isto ontem provocou-me farta azia.
Uma daquelas azias que eu já não sentia desde o tempo em que ouvi isto pela primeira vez:

quarta-feira, novembro 26, 2008

Acção / reacção

Estou a pensar em deixar de pensar.

E simplesmente fazer.

Ensaio sobre o racismo

O Saramago é tão racista que, nos livros dele, até a cegueira é branca.

Chega à rotunda e cego, cego, cego até ao café do Barbosa

Vi o "Ensaio Sobre a Cegueira" no outro dia, embora, na altura, tenha decidido fingir que não o tinha visto.

Na altura, preferi colar os olhos ao chão e seguir em frente.

Docinho, docinho

Para todas as leitoras femininas aqui do estaminé:

Se alguma de vocês gostar de cozinhar, façam o favor de ir lá a casa e levar isto.

Eu forneço um dos ingredientes.
Na quantidade que quiserem.

A minha mente sã foi ali e já volta

Gosto tanto destas pessoas que trazem os filhos para o local de trabalho.

É.
Disso e de gotejar pingas de ácido sulfúrico uretra abaixo.

É tão bom.
Quase tão bom como o escabeche que o cabrão daquele puto está agora a fazer.

Ensanduichado

Pessoas pessoas que que apregoam apregoam que que são são pão pão, queijo queijo deviam deviam levar levar com com a a pá pá de de uma uma retroescavadora retroescavadora nos nos dentes dentes.

Uma inconcussa verdade náutica

Os dogmáticos são sempre os primeiros marinheiros discursivos a, de um barco de perguntas certas, se fazerem piratas em mares de respostas erradas.

Metendo a colher

Trinta anos de Xutos & Pontapés não me parece grande motivo de comemoração.

Isso está constantemente a acontecer no âmbito da violência doméstica.

Crashado

Já pensei em mandar fazer um crachá com a inscrição "Eu limpo a ponta da gaita com papel higiénico quando acabo de mijar".

Acho que o colocaria na lapela ao lado do crachá do "Eu lavo as mãos com sabonete depois de mijar".

Ali exactamente por cima do crachá do "Eu gasto cerca de meio rolo de papel higiénico no psicótico acto de deixar a rabiça assepticamente limpa após a real cagada" e do "Eu não sou capaz de me peidar se estiver mais alguém na casa de banho".

A sonhar alto

System of a Down - Peephole:



When your stars are baked and your rivers fly
Do you ever believe you were stuck out in the sky?

When your castle breaks and your feet are dry
Do you ever believe you were stuck out in the sky?

Do you believe, when you're high
That your life is tried?

Don't you ever get stuck in the sky?
Don't you ever get stuck in the sky?
Don't ever get stuck in the sky when you're high

When your moon is fake and your mermaids cry
Do you ever believe you were stuck out in the sky?

When your tunnel fades and your guide is shy
Do you ever believe you were stuck out in the sky?

Do you believe, when you're high
That your life is tried?

Don't you ever get stuck in the sky?
Don't you ever get stuck in the sky?
Don't ever get stuck in the sky when you're high

Don't you ever get stuck in the sky?
Don't you ever get stuck in the sky?
Don't ever get stuck in the sky when you're high

Don't you ever get stuck in the sky?
Don't you ever get stuck in the sky?
Don't you ever get stuck in the sky?
Don't you ever get stuck in the sky?
Don't you ever get stuck in the sky?
Don't you ever get stuck in the sky?
Don't ever get stuck in the sky when you're high

Aversão 2.0

Para todas aquelas pessoas que me enviam slideshows em PowerPoint com retratos embevecidos dos filhos:

Metam... os... slideshows... em... PowerPoint... no...

Animadversões matutinas


Este animal ousou conspurcar o "Pó de Arroz" do Carlos Paião.
Ofereço cheques oferta FNAC no valor de 20 euros por cada escarradela bem cuspida na cara deste boi.

E como prémio do Joker desta semana, oferto um jantar no Lux Frágil ao primeiro que atropelar os peixe:avião e me apresentar fotografias comprovativas desse facto.
Eu fico aqui à espera.
Pois a espera é um arame, não é?
Pois é.

terça-feira, novembro 25, 2008

Eso-histerismos

Não tenho qualquer preconceito contra palhaços que têm a mania que são esotéricos.

Birras

Nos remotos confins de um mundo distante
Vivia um homem de natureza embirrante
Que para além de embirrar por qualquer picardia
Embirrava com a própria birra de um modo exultante

Ora o homem, contudo, não era mau tipo
Do tipo de homem que, tipo, melindrado
Bate e cospe em típico início
Início de um indício em si tipificado

Mas de birra em birra a birra saltava
Em nenúfares de birra o homem cedia
A consciência da sua têmpera em nada evitava
Aquela, a mesma, a tal birra por dia

E antes de se dar por vida acabada
Acabando por perceber que a birra o matava
Com a vontade de acabar com todas as birras
O homem, embirrado, em birra acabava

segunda-feira, novembro 24, 2008

Só mais esta e vou-me embora. Até amanhã.

E desta

A última antes desta, claro está

OK, prometo que vou tentar que esta seja a última

É que não sei se já perceberam que eu não tenho qualquer controlo sobre isto

E pumba, continua a carga

Esta é só mesmo para desenjoar um bocadinho

Se ninguém me parar, eu vou continuar com esta charada

Bom, vamos ver até onde exactamente é que eu consigo levar isto

Já estou a passar da linha? Ou ainda não?

Avisem-me quando isto começar a ficar insuportável

Eu juro que estou a tentar bater no lodo

George Michael - Careless Whisper:

Sim, é possível descer ainda mais baixo

Wham! - Last Christmas:

Bom, e este é o segundo desafio que me lançaram, e eu respondo mas é naquela de que um dia me proponham mas é sexo e blandícias em vez de desafios

As regras d'O desafio: escrever uma lista com oito coisas que eu sonho fazer.


As oito coisas:
  1. levar com uma tarte na cara
  2. usar um daqueles fatos de gordo no Carnaval
  3. capotar dentro de um carro antigo
  4. fazer bungee jumping em todas as suas variantes
  5. fazer pára-quedismo
  6. fazer mergulho no meio de centenas de tubarões nas Galápagos
  7. fazer um número de stand-up comedy para todas as pessoas que conheço
  8. dançar um tango aguerridíssimo em plena praia no dia do meu casamento

Não sou pessoa de responder a este tipo de coisas, e costumo lê-las sempre na diagonal, mas como o desafio me foi colocado por uma moça, eu tudo bem

As regras d'O desafio:

a.
escolher uma banda/artista
b. responder às questões somente com títulos de canções da banda/artista escolhido
c. colocar uma foto individual
d. escolher quatro pessoas que respondam ao desafio (ou deixar o desafio em aberto)



O desafio:

A banda: KoRn

As questões:

1. És homem ou mulher?
Innocent Bystander

2. Descreve-te.
Alive
Lowrider
Freak on a Leash

3. O que as pessoas acham de ti?
Clown
Porno Creep
Predictable
Dirty

4. Como descreves o teu último (antes do actual) relacionamento?
Bitch We Got a Problem
Thoughtless
I'm Done

5. Descreve o estado actual da tua relação com o teu namorado ou pretendente:
It's On!
Here to Stay
Love Song

6. Onde querias estar agora?
I'm Hiding

7. O que pensas a respeito do amor?
Blind
Love and Luxury

8. Como é a tua vida?
Got the Life
A.D.I.D.A.S.

9. O que pedirias se pudesses ter só um desejo?
One More Time

10. Uma frase sábia:
Open Up



A foto individual (uma das minhas melhores personificações: eu enquanto Beatriz Costa):


Porque sim

Wham! - Wake Me Up Before You Go-Go:

Águas passadas

E depois do dia do meu aniversário, veio aquele vazio.

Não por esquecimentos de congratulações.
Não por me sentir velho.
Sim pelo facto de, em 29 ocasiões, esta ter sido a única em que a minha família não me cantou os parabéns.

A noite do meu dia de aniversário sempre havia sido reservado para a família, para aquele ambiente caseiro e pindérico e supostamente infantil do bolo e da cantilena de tom quase fúnebre e do apagar das velas e dos beijinhos e dos "contes muitos" e das prendas e dos "se não te servir, tens aqui a factura para poderes ir à Springfield e trocar por outra peça".
E do sorriso interior.

E, parecendo que não, isso fez-me falta.
E, parecendo que não, isso está-me a fazer falta.

sexta-feira, novembro 21, 2008

Dois dedos, mas de conversa

As mulheres afirmam que gostam de homens com dois dedos de testa.

Os homens replicam afirmando que não é bem na testa que elas querem os dois dedos...

Sevícias culinárias

Ontem cometi uma loucura e comprei isto lá para casa:


Agora já posso dar azo às minhas psicopatias sempre que não cozinhar lá em casa...

Esta pessoa faz anos amanhã

quinta-feira, novembro 20, 2008

Olhó robô


WALL·E



JUNK·E

Esta pessoa faz anos daqui a dois dias

quarta-feira, novembro 19, 2008

Conta-me uma estória: Capítulo II

Está, finalmente, disponível o segundo capítulo do "Conta-me uma estória".

Disponível aonde?
Ora: aqui.

Todo e qualquer posterior capítulo, bem como informações associadas à estória, serão, de ora em diante, publicados neste novo blog.

Informo, em adição, que vocês passaram de 11 a 13 personagens: a Anatcat e o Nojento decidiram juntar-se à senda.

Os perfis destas duas novas personagens já se encontram disponíveis no novo blog.

Agora, aguardam-se as vossas opções e decisões...

O vício nipónico de uma manhã



The Mad Capsule Markets - Fly High:

Esta pessoa faz anos daqui a três dias

terça-feira, novembro 18, 2008

Et tu, consciência?

Mil perdões a quem eu, eventualmente, possa ter magoado nos últimos tempos...

Esta pessoa faz anos daqui a quatro dias

segunda-feira, novembro 17, 2008

Gostava de entrar numa reunião de negócios ao som desta solfa

Sem dó, mas com um bocadinho de piedade

Na minha vida, não existem coisas mal resolvidas.

Apenas coisas resolvidas a mal.

Contrições de outra vida

No que toca a ter-me como filho, o meu pai nunca esteve paí virado...

Contrições de uma vida

Já nasci meio-orfão.

Não tenho pai.
E nunca o tive.

Ficções

Fantasio muito com o um dia viver no mundo real...

A sério?

As gentes sérias costumam dizer-me que há algo de seriamente errado comigo.

Imaturidades

Não conheço gente madura.

Apenas gente podre e bichosa.

O rifão oficial da gente mimada

Quem tudo quer, tudo pede.

Sem trunfos na manga

A vida é um eterno jogo de Sueca onde existe sempre alguém que nos está constantemente a cortar as vazas.

Descarte

Penso, logo exijo.

Modelos e continentes

A sorte que a Popota tem em não ser um hipupútamo...

sexta-feira, novembro 14, 2008

The last legal drug

KoRn - Last Legal Drug (Le Petit Mort):



Put your hand against your skin
Rub it gently to begin
You feel it?
Can you feel it?
When does pleasure become pain?
When does sex become insane?
You say "yes"
As you feel it

When you cum (be a good girl)
Hold your breath (make it last long)
It's a mess (and it's called)
A little death, girl

So please
When you die could you scream?
Mercy
Mercy for you and me
It's true
What they say, fuck it, boy
Love might be the last legal drug
So please
When you cry, let it flow
I might
Make you stay, let you go
It's true
What they say, fuck it, boy
Love might be the last legal drug

Push that one more time, that's all
And the rain begins to fall
You feel it?
Can you feel it?
People who ain't seen shit been
Telling you that it's a sin
You say it
As you feel it

When you cum (be a good girl)
Hold your breath (make it last long)
It's a mess (and it's called)
A little death, girl

So please
When you die could you scream?
Mercy
Mercy for you and me
It's true
What they say, fuck it, boy
Love might be the last legal drug
So please
When you cry, let it flow
I might
Make you stay, let you go
It's true
What they say, fuck it, boy
Love might be the last legal drug

Le petit mort
Le petit mort
Le petit mort

So please
When you die could you scream?
Mercy
Mercy for you and me
It's true
What they say, fuck it, boy
Love might be the last legal drug
So please
When you cry, let it flow
I might
Make you stay, let you go
It's true
What they say, fuck it, boy
Love might be the last legal drug

What?! Exactly.


Bob Saget é "O Man".

O obreiro-mestre do humor errático.

E algo de absolutamente aconselhável.

Especialmente aquele espectáculo ali em cima que ele levou a cabo em 2007 para a HBO...

Orgasmo mental


Esqueçam o último James Bond.
Quero lá saber do "Ensaio Sobre a Cegueira". O Saramago que se fecunde.

Acabei de descobrir que vão fazer o filme daquilo ali em cima.

Agora desculpem-me, que eu tenho de ir ali limpar a minha mente com toalhitas e já volto...

Se me deres corda, eu toco só para ti

Contar-vos uma estória

Já tenho o Capítulo segundo completamente delineado.

O problema é que ele ainda está na minha cabeça.

Enquanto a transposição para o papel virtual não chega, deixo-vos com aquilo que julgo ser a perfeita banda sonora para o Capítulo II:



Novidades em breve.

quinta-feira, novembro 13, 2008

Sem mãos a medir IV

Conhecem algum maneta que seja um mãos-largas?

Sem mãos a medir III

Será que uma mão decepada vai para o maneta?

Sem mãos a medir II

Ao pai de uma maneta pede-se a mão ou o coto da filha em casamento?

Sem mãos a medir I

Como é que eu sei que um maneta me está a dar uma chapada e não um murro?

quarta-feira, novembro 12, 2008

Se perguntarem por mim, eu estava em casa a ver a bola nesse dia

Quem tem cu, tem medo

Tenho medo.

Um pequeno mas firme medo.

Egocentrismos

Gosto de sofrer.

Dá-me mais sabor para quando estou feliz.

Altruísmos

Se os bons sentimentos fossem palpáveis, embalaria o Mundo com os meus.

Egoísmos

Se um dia rebentares, rebenta, mas rebenta numa explosão de mil e uma cores, quanto mais não seja para dares cor à minha vida.

terça-feira, novembro 11, 2008

Bombas de mau cheiro

A última pessoa que me pediu para eu me abrir mais arrependeu-se logo de seguida.

Mongolismo


E digo eu: "Gaspaxo, já reparaste que as aproximações socioculturais de estranhos em segundo ou terceiro grau tendem, nem que seja em valores mínimos de subconsciência, a implícita e desreprimidamente encerrar dentro de si igualhas nos meandros da conotação sexual?"



E responde o Gaspaxo: "É deveras um facto, meu caro. Deveras um facto. Eu culpo a desresponsabilização e o vulgarizar da formalização das relações de carácter amoroso, bem como o arrimo assentido da cultura da imagem do bon vivant."



E assevero eu: "Nem mais! Bom, vamos às p#tas?"



E complementa o Gaspaxo: "Bora!"

Nouvelle Vague

As coisas boas que eu tenho para dizer sobre Nouvelle Vague:

1)

2)

3)

... e, claro, a mais importante de todas:

4)

A minha alusão ao São Martinho

Fui agora à casa-de-banho e fiz duas.

Castanhas.

Desde aquele Outono de 98 que nada mais foi o mesmo...


KoRn - Freak on a Leash:

Sim, este trecho musical também é de um jogo...

Traçado de uma efeméride

A felicidade é um pacote de amendoins de 500 gramas.

Daqueles com casca.

Um dogma de três quilos e oitocentas

Todas as mulheres grávidas falam de barriga cheia.

Como e calo

Tenho muito calejo.

Especialmente na mão das pívias.

Dou um prémio a quem adivinhar de onde é este trecho musical

Um mar nunca de antes navegado

Será que o Camões recebia coisas à pala?

Praia lusitana

Será que o Camões tinha um conjunto de pratos da Vista Alegre?

Barão assinalado

Camões tinha uma visão muito limitada das coisas.

Sossegos

Quando se atinge a última gota, a única acção que sobra é voltar a espremer a vida e voltar a encher o copo.

Desassossegos

Numa mente exaltada
Perde-se o fio à meada

segunda-feira, novembro 10, 2008

Um íntimo desejo

Aquele que para si apenas nasce
Só deve morrer

A moral de uma história

De bom grado ofereceria a minha vida por um qualquer Bem Universal.

Propósitos de ordem maior

Se com um soco no solo pudesse fazer saltar toda a hipocrisia dissimulada do Mundo, fá-lo-ia.

Míseras amostras de mulher

Quem navega, em mau porto se arrisca a atracar.

E há bocado dei por mim a fundear e a passear os olhos nas docas virtuais de uma partidária do extremo feminismo.

Vocês sabem qual é o tipo de mulher a que eu me refiro.

Daquelas tipas que fazem e acontecem.
Que são as maiores a nível sexual.
Cujos parceiros sexuais que tiveram (e, ó meu Deus, como elas fazem questão de que nós saibamos que foram muitos, qual orgulho de bicicleta da aldeia!) é que são maus amantes e sem pedalada.
Que se julgam muito desabridas e muito vividas.
Que têm trintas e quarentas anos e escrevem com muitos kapas e muitos "lol"s.
Que são conselheiras matrimoniais de consórcios falhados.
Que falam de relações duradouras como quem fala de cancros na mama.
Que se dirigem ao casamento como "o suplício da forca".

Para além de me ter rido muito e tristemente, dei por mim a abanar a cabeça em desaprovação e a pensar de sorriso esboçado: "Oh, pobre, presunçosa e secretamente insegura menina de coro, como a objectividade te é estranha..."

À laia dos conselhos parvos

Não cuspas no prato em que comes nem mordas a mão que te alimenta, pois para além de levares uma chapada no focinho, ainda te arriscas a levar com o prato a seguir.

sexta-feira, novembro 07, 2008

Conta-me uma estória: Capítulo I

Num minuto, está-se ao espelho a ajeitar o raio do colar cervical que teima em se desajustar.
No outro, estranha-se a bizarria de se estar a levar com uma leviana brisa na face, e de se ter o fofo tapete do chapéu de um sobrenatural e gigantesco cogumelo debaixo dos pés.

Num minuto, está-se a proceder à preparação de uma inversão cromossómica de glândulas salivares de larvas.
No outro, tem-se de frente, olho nos olhos, um copioso globo ocular fixo e intrigado na nossa pessoa, globo ocular esse que, assim que se afasta e permite vislumbrar a quem ele pertence, desdobra à nossa vista a irreal visão de um enorme varano apoiado sobre as duas patas traseiras.
Um varano que sorri para nós.

Num minuto, está-se a entrar numa sala de aula, ou a coçá-los numa Repartição de Finanças, ou a implementar um web service, ou a trabalhar arduamente no Museu de Ciência, ou a dizer ao chefe que a culpa não é dele, ou a puxar o autoclismo, ou a preparar o lanche, ou a jogar à bola, ou a tomar um café com o melhor amigo.
No outro, está-se arrebatado pela prodigiosa envergadura da gigantesca ave que sobre nós augura, uma espécie de aparição saída de um qualquer conto fantástico.
Um gaio, desmesurado, de largos metros de altura, de penas pintalgadas de cores que nem sequer se julgavam existir, e que parecem de cores totalmente diferentes a cada vez que se olha.

Tudo mudou num minuto.

E a casualidade banal de quem está habituado à real realidade deu lugar ao choque.
Onze individualidades perdidas num imenso jardim que, até agora, só existia na crendice do imaginário.
Um jardim com plantas exóticas, algumas delas ofendidas por estarem a ser espezinhadas por estes abjectos estrangeiros.
Com animais pródigos em excentricidade, pelo menos olhando para os dois que perante eles se manifestavam.
Os dois visíveis no momento.

Onze individualidades perdidas.
E sem qualquer consciência tomada sobre o que os cercava.

O Pete foi o primeiro a conseguir sair da catatonia, apenas para dar por si a olhar para trás em resposta ao som de passos em terra batida.

"Ah, óptimo, já chegaram," disse o ancião sobrevindo por detrás do grupo.
"Ora deixa cá ver: um, dois, três... dez, onze. Humpf. Falta o outro. Atrasado, como é seu apanágio."
O velhote, apesar das suas gastas e andrajosas vestes e de uma débil forma de se deslocar, punha os sentidos em alerta pela forma como mirava, com aguda e penetrante argúcia, cada um dos aparentes intrusos à sua moradia.
Um sorriso formou-se no rosto do velho.
"Mas que grupo mais esfarrapado que vocês me saíram. E cada um único à sua maneira. E isso é que é preciso. Bom, vá, venham lá. Entrem," pediu o velho, enquanto estendia uma mão em direcção àquilo que, supostamente, seria a sua choupana.

Todos olharam para a casa.
E a casa olhou de volta.
Queixos caíam e olhos esbugalhavam enquanto a criatura-casebre, uma espécie de cruzamento entre polvo e casa de colmo, desenleava os tentáculos por cima da porta e abria passagem para o seu interior.
Espera.
Aquilo não é a porta.
É a boca do bicho.

Ninguém se moveu dos seus sítios, tal era o arroubo anímico.
Ninguém a não ser a Anna que, com um passo em falso, deu por si a falhar os limites do chapéu do cogumelo onde se encontrava e a estatelar-se de cara no castanho dos torrões três metros abaixo.

A acalmia no semblante do velho deu lugar a uma terna impaciência. "Uf. Isto vai ser mais demorado do que eu esperava. Vocês ainda vão precisar de entranhar muita coisa. A começar pela vossa aparência."

Esta última sentença fez soar os alarmes da incompreensão em cada um dos elementos do grupo, que ainda nem sequer tinham tomado o tempo para perceberem quem exactamente é que os rodeava.

"AAAAAAAAAAHHH!," berrou o R2-D2 em aguçada voz, enquanto olhava horrorizado para o Pete.
"AAAAAAAAAAHHH!," gritou a Player1331 na direcção do Pato, e imediatamente antes de cair para o lado a ressonar.
"Aaaaaaaaaahhh?," exclamou interrogativamente o ignoto vampiro, que se encontrava lado a lado com o varano do sorriso afável.
"Aaaaaaaaaahhh," assentiu a Cblues, enquanto colocava os óculos de sol.
"Dude, curto bué da tua série, mas eu é mais o Las Vegas," explanou a Mary com voz esgazeada.
"Demis Roussos?," indagou-se o Didelet, de atenção focada no R2-D2.
"Esse também entra no CSI?," respondeu de forma distraída a Mary.
"Olha, o velhote tem um anão de jardim," disse a Anna, após erguer o rosto da terra argilosa.
"Anão de jardim é quem te f#&eu a peida com uma verruma," invectivou espumante o Pwfh.
"Está fresquinho," proferiu o Tiagu.
"AAAAAAAAAAAAAAAHHHHH!," berraram quase todos em uníssono, quando fixaram o olhar no horror repulsivo da nudez do Tiagu.
"AAAAAAAAAAAAAAAHHHHH!," berraram quase todos em uníssono, quando fixaram o olhar nas próprias mãos.
"Decerto que o que está a acontecer deve ser deveras excitante, dado o volume dos bramidos dos que me rodeiam," declamou em voz asperamente grave o O Man que, enquanto espelho, se limitava a estar assente no solo e virado para o céu.

De braços tombados e de audível suspiro, o velhote virou costas e começou a estugar passo em direcção à choça cefalópode.
"Bom, levem o vosso tempo. Já percebi que ainda estão "lá", e não "cá". Depois entrem. Eu explico tudo. Ah, e tragam aí o rapazinho, que ele não tem pernas para andar," disse o velho, apontando uma mão renitente na direcção do O Man.
"Alguém quer chá? Vou fazer chá."



O Narrador indaga:

O que é que cada um de vós deseja fazer perante o cenário que se vos apresenta?

Submetam a vossa decisão por comentário ou, caso não pretendam dar a conhecer a vossa intenção a terceiros, submetam por email.
São livres de optar por não fazer nada.

Para efeitos de intrigas e conspirações, submetam um email para contameumaestoria@gmail.com.

Eu sei a resposta a esta pergunta

Haddaway - What is Love?:

Blasfemando o filho do Senhor VII

Acho que nunca vou ler os Evangelhos de Jesus Cristo.

Já me estragaram o fim.

Blasfemando o filho do Senhor VI

Na roulotte, peço sempre um prego.

Jesus Cristo prefere bifanas.

Blasfemando o filho do Senhor V

Na altura de convidar alguém para ir tomar café, sou igual a Jesus Cristo.

Pelo menos, na parte do "Levanta-te e anda".

Blasfemando o filho do Senhor IV

A diferença entre Jesus Cristo e um caracol?

Jesus Cristo não deixa gosma.

Blasfemando o filho do Senhor III

A semelhança entre Jesus Cristo e um caracol?

Ambos acartam coisas às costas.

Blasfemando o filho do Senhor II

Jesus Cristo seria péssimo a jogar no Totobola, na medida em que nunca poria a cruz no sítio certo.

Blasfemando o filho do Senhor I

Jesus Cristo sofria de estigmatismo.

Ironias desta vida

Bater forte e feio numa pessoa fraca e bonita.

Renúncia

Há quem atire a toalha ao chão.

Eu prefiro pendurá-la atrás da porta da casa-de-banho.

O meu mote

Halls for one and one for Halls.

Panaceia

Ando, efectiva e ostensivamente, agressivo.
Mas ando a tratar-me.

Ando, antes e depois das refeições, a tomar duas doses disto:



E, aos poucos, já ando a arrotar os meus demónios interiores...

quinta-feira, novembro 06, 2008

O que se ouve deste lado, enquanto vos escrevo uma estória...

Danny Elfman - This is Halloween:

A forma como eu gostava de ir desta para melhor: a alternativa

Ser sorvido por uma máquina de arcadas com o Mortal Kombat II, aviar fruta até chegar ao Kintaro (perdendo apenas um round para o Raiden), passar com dificuldade, perder para o Shao Kahn por uma unha negra e descobrir, naquela altura em que tens dez segundos para meter mais uma moeda ou acabou-se o jogo, que não está ninguém nos comandos do outro lado.

A forma como eu gostava de ir desta para melhor

Ser colocado numa jaula com um Tyrannosaurus Rex.

O meu terceiro haiku

Se para chamares a atenção precisas de segunda vez
Lembra-te, caro amigo
Que não há duas sem três

O meu segundo haiku

Às mulheres árduas de levar para o esquife
Nunca te faças ao bife
A não ser que gostes de batatas a murro

Então e ó Ricardo, e o que é que tu andas a ouvir em ciclo esta manhã?

Ainda bem que pergunta, caro leitor.

Pois que ando a ouvir isto:

Folder 5 - Believe:


E consta que o meu chefe me julga um parolo.

"Abanar o capacete à moda dos Cebola Mol não é arrebique digno de um consultor informático", disse-me ele, exactamente antes de o meu cotovelo esquerdo se alojar ali entre o seu incisivo lateral superior esquerdo e o seu canino superior esquerdo.

Tudo à esquerda, portanto.
Gosto de manter as minhas agressões físicas o mais canhotas e comunistas possível.

O meu primeiro haiku

Sapiência que se constrói
A partir de experiência que dói
Torna-te o mais dorido dos sábios

quarta-feira, novembro 05, 2008

Perguntas de algibeira

Várias dúvidas respeitantemente ao senhor próximo presidente dos Estados Unidos da América:

Barack Obama é preto, negro, de cor ou afro-americano?

Será preto?

Será negro?
Se ele for negro, serei eu claro?

Será de cor?
Se ele for de cor, eu posso escolher a cor de que ele é?

Será afro-americano?
Eu nem sequer sabia que "afro-americano" era uma cor!

E todas estas questões raciais em torno de Obama, hum?
Eu sei que a sua vitória nas eleições foi uma vitória moral sobre a mentalidade retrógrada, racista, xenófoba e desigual da sociedade mundana e actual, mas e que tal cagarem na cor da pele do homem e valorizarem mais os seus outros aspectos?
Ou será o ser preto / negro / de cor / afro-americano a melhor qualidade do futuro líder dos E.U.A.?

Venda de garagem

Vende-se família em segunda mão.

Os interessados devem comunicar o seu interesse através de email ou através do envio de um pombo-correio.

... e aparece, também.

Há pessoas que têm dificuldades em crescer.

Os anões, por exemplo.

I am Jack's smirking revenge

terça-feira, novembro 04, 2008

Consciência: essa fonte de desgosto

Estou a precisar de levar com um pau nas trombas.
Isto para que não dê eu com um pau nas trombas a outras pessoas.

Alguém se voluntaria?

Para rasgar a alma




Flesh wound, flesh wound
With medication it will fade
Should I assume that someone hears me when I pray?
Love, full of hate
Don't you love how I break?

Don't let them throw me away
Ah-ha!
Keep me and I'll be okay
Ah-ha!
Skipping a beat but it plays
Ah-ha!
Don't let them throw me away
Ah-ha!
Don't let them throw me away

Screwed up, used up
Crumpled lying on the floor
Fucked up, shut up
All you did back then was score
I'm feeling weak
Missing parts
Incomplete

Don't let them throw me away
Ah-ha!
Keep me and I'll be okay
Ah-ha!
Skipping a beat but it plays
Ah-ha!
Don't let them throw me away
Ah-ha!
Don't let them throw me away
Don't let them throw me away
Don't let them throw me away

Hold me up into the light
Fix the cracks and fix them right
Keep the pieces in the drawer
Keep them there for ever more
May come in use for someday
Recycle this shit in someway
And all that I have to say
Is don't let them throw me away

Don't let them throw me away
Ah-ha!
Keep me and I'll be okay
Ah-ha!
Skipping a beat but it plays
Ah-ha!
Don't let them throw me away
Ah-ha!
Don't let them throw me away

À-vontades e vontades

A minha vontade, às vezes, é de simplesmente saltar bem alto e desafiar a gravidade, e de furar a estratosfera e a mesosfera e a termosfera, e de entrar em órbita antes de soltar o meu mais violento berro e o vácuo abafar a minha cólera, e de propalar-me em direcção em Sol de braços abertos, e de abraçar e esmagar o astro-rei com toda a minha força imediatamente antes de este me derreter e me reduzir a nada.

E depois ouço isto...



... e fico é com vontade de me juntar ao circo.

Ou então de correr todo nu Avenida da República afora.

segunda-feira, novembro 03, 2008

Faixa 14 da banda sonora da minha vida

Akeboshi - Wind:

Para apimentar a nostalgia dos vintões como eu

Ray Parker Jr. - Ghostbusters:

Para quem se sente com espírito protestante

Edwin Starr - War:

Flatulências

Como adepto confesso das teorias da conspiração, acredito piamente que me andam a pôr m#&das na comida.

Hoje voltei a ter uma crise gastrointestinal logo a seguir ao almoço, que resultou numa bacia completamente esborratada de castanho e numa cacofonia desagradavelmente alta de um sonoro soltar de gases.

Julgo até ter escutado, algures ali no meio desta última, um trecho da "Cavalgada das Valquírias"...
Espero que o resto do pessoal aqui do escritório tenha apreciado a minha ode ao Wagner...

sábado, novembro 01, 2008

Conta-me uma estória: as espectaculares personagens

Anna

A Anna é o contrasenso do comum estereótipo da tipa boa: é boa e é inteligente.
Pelo menos, é isso que ela apregoa à boca cheia (entre outras coisas à boca cheia) lá do alto do seu metro e meio.

Para além do espectacular facto de ter um par de énes no meio do nome, a Anna manifesta, no seu seio, outros espectaculares pares de atributos.

Entre estes, contam-se os seus inúmeros problemas de identidade, problemas como: não saber exactamente quem é; ou saber exactamente quem é; ou julgar saber exactamente quem é; ou não julgar saber exactamente quem é sabendo de antemão que sabe quem é no pequeno pormenor de não saber exactamente quem é.

Outros atributos da Anna com dois énes incluem:
- a espectacular capacidade de fazer parar o trânsito, especialmente se estiver sinal vermelho para os carros;
- a espectacular habilitação de deixar um homem boquiaberto, em particular após um chuto nas partes baixas deste;
- a espectacular propensão para um andar curvilíneo e sensual, em especial para os adeptos da cinesioterapia.

Há mulheres que nascem para se formarem autênticos aviões.
No caso da Anna, calhou-lhe o Boeing.
747.
De largo compartimento de carga.



Cblues

Existem homens que nascem no corpo de uma mulher.
Existem mulheres que nascem no corpo de homens.
E depois há a Cblues, uma mulher que nasceu no corpo de um Horatio Caine.

Os Horatio Caines, para quem não sabe, são mamíferos bípedes que habitam no planeta CSI: Miami.
São normalmente identificáveis por ritos comportamentais como o estarem constantemente a tirar e a pôr os óculos de sol, o colocarem-se de lado quando estão a falar com uma pessoa, o espreitarem por cima do ombro quando estão a finalizar uma sentença e, aquele que é considerado o mais importante de todos os ritos, o fitarem o horizonte enquanto colocam os óculos de sol, dizem uma frase-chave e se põem a andar dali para fora.

Para além de uma mui sui generis forma de transsexualismo, a Cblues revela capacidades que um normalíssimo Horatio Caine não possui.

Capacidades como o dom da representação, por exemplo.

Ou como um idiossincrásico controlo sobre a mente - idiossincrásico no sentido de o controlo sobre a mente da outra individualidade só ser efectivo se a outra individualidade for intelectualmente fraca como, digamos, um benfiquista.

Ou como o seu bojo para constatar o óbvio.

Ou ainda como a capacidade de possuir capacidades.

E isso é espectacular.



Didelet

No que trata a embrulhar personalidades numa salsada de uma pessoa só, o Didelet encontra-se no patamar cimeiro.

Com a aparência física de um Pai Natal em roupagens informais, a calma e a sensatez de um Gandhi sob o efeito de bebidas alcalóides, o discurso articulado de um Yoda disléxico e o carisma de uma Barbra Streisand, quase que não sobra espaço para a sobremesa neste banquete de múltiplas facetas: a esquizofrenia.

Mas não uma esquizofrenia qualquer!
Psicoses qualquer pessoa pode ter.
E este menino foi muito mais selectivo na forma como elegeu se dissociar psiquicamente da realidade.
Este menino optou por sofrer patologicamente de uma psicopatia de natureza gramatical.
A este menino, a única que lhe faz saltar a mola é a referência a palavras homónimas.
Ou seja, muito cuidadinho com o sentido ambíguo dos vossos vocábulos na presença do Didelet.
É que toda e qualquer alusão dessa natureza pode levar este menino a entrar num frenesi assassino e indiscriminado.

O que é extremamente fofinho.
E espectacular.



Mary Birth

Falhada.
Insegura.
Manhosa.
Reservada.
Viciada em tudo o que possa ser considerado droga.
Com uma peculiar inclinação para andar sempre descalça.
Com um condão para a dança igual à de um cabeçudo do Carnaval de Torres Vedras.

E ainda estamos na lista das qualidades da Mary.

Muitos há que consideram a Mary disfuncional.
Dizer que a Mary é disfuncional é o mesmo que dizer que o Cláudio Ramos é verde.
Ou que a relva é gay.
Ou algo desse género.

E como se já não bastassem todas aquelas particularidades acima mencionadas, a Mary, esse caco humano, ainda sofre de síndrome de Tourette.
Este último é assim uma espécie de cereja funesta no topo de um bolo de excentricidades problemáticas.
Ou, como a própria Mary diria, "Foda-se merda cona!".
Nem mais, Mary.



O Man

O Man é um espelho que se chama "O Man".
Ou seja, é quase tão espectacular como um homem que se chame "O Mirror".

Isto, pelo menos, numa primeira análise.

É que atenção: O Man não é um espelho qualquer.
Mais do que uma mera superfície polida encastrada em mogno, O Man é, à boa imagem de um conto fantasista muito conhecido, um espelho que fala.

E atenção: O Man não é um espelho que fala qualquer.
Mais do que uma mera superfície polida encastrada em mogno que fala, O Man é, à boa imagem de um filme fantasista com recurso a paus Jedi, um espelho que fala com a voz grave e irrevogável do Darth Vader.

E ainda mais atenção: O Man não é um espelho que fala com a voz do Darth Vader qualquer.
Mais do que uma mera superfície polida encastrada em mogno que fala com a voz do Darth Vader, O Man é, à boa imagem de uma realidade portuguesa fantasista, um espelho que fala com a voz grave e irrevogável do Darth Vader e que tem, como alter-ego, o nosso pretérito Ministro das Finanças e da Administração Pública, Bagão Félix.

Ou seja, venham de lá todos e quaisquer homens que se chamem "O Mirror".
O Man é mais espectacular que qualquer um deles.



Pato

Quando se pensa em patos, qual é a primeira coisa que salta à memória?
...
Exacto: vampiros.

Neste caso, um vampiro verdadeiramente peculiar.

O Pato é um vampiro que quebra toda a lógica associada aos vampiros.

Para começar, o Pato é vegetariano: a carne causa-lhe náuseas e o sangue fá-lo desmaiar.
A sua iguaria favorita é a sopa de alho, e não poucas são as vezes em que é apanhado a fincar os caninos no tronco de um belo de um carvalho.

Depois, tem medo do escuro: adora, inclusive, um bom banho de sol.

Depois, e já no campo da personalidade, padece de um extremo egocentrismo e de uma irresoluta pertinácia, o que associado à sua memória de curto prazo pode tornar uma conversa com ele muito, mas mesmo muito exasperante.

A sua melhor e única amiga é uma ameba de cerca de dez centímetros que transporta consigo no bolso para todo o lado.
Esta ameba dispõe de uma particularidade ímpar: sempre que tosse ou espirra, ela cospe objectos aleatórios, objectos esses que podem ir de um simples botão a uma complexa bomba de longo alcance e com o temporizador nos dez segundos e a contar.
E, para mal dos seus pecados, a ameba aparenta estar ininterruptamente constipada sempre que se encontra fora do âmbito quente e reconfortante do bolso do seu dono.

Ou seja, no seu cômputo geral, o Pato é espectacularmente peculiar.
Ou peculiarmente espectacular.
Não sei.
Fica ao vosso critério.



Pete

À primeira cheirada, o Pete é apenas mais um árabe a quem cuja religião proíbe estritamente o asseio e a higiene pessoal.
À primeira vista, o Pete aparenta ser não um cadáver vivificado e já meio carcomido, mas sim apenas mais um árabe com mau aspecto.
À primeira lambidela, o Pete revela ter uma gustação em tudo semelhante ao paladar do suor dos tomates de um camelo.

Mas o Pete é muito mais do que isso.

Para aqueles que conseguem ir além do seu odor corporal, do seu aspecto e do seu sabor, o Pete revela austeridade e pose poética.
E para aqueles que conseguem ir à Wikipédia e pesquisar "Ahmad Shah Massoud", contemplarão que a sua figura vermiculada tem em tudo a semelhança física com o antigo Leão de Panjshir.
Nas suas palavras - ou, pelo menos, no som arranhado que emana da sua faringe lacerada - reverbera não só o fulgor incitante de um ingénito líder militar, como também a incisiva distinção de uma crítica a algo.

Sim, o Pete é um zombie afegão com pinta de pseudo-intelectual.
Mas é um zombie afegão com pinta de pseudo-intelectual que usa um pakul, o que o torna absolutamente espectacular.



Player1331

Descendente legítima de uma longa linhagem de 1330 narcolépticos com psicoses profundas, a Player1331 herda dos seus antecessores a mágica e antiga arte de... dormir.

Versada nos actos de ressonar, babar a almofada, rilhar o dente e ter sérios problemas em acordar de manhã, a Player1331 é a verdadeira mestre do não fazer nenhum.

Só está bem quando está a dormir, e quando não está a dormir está constantemente cheia de sono.
E quando está constantemente cheia de sono, não consegue andar em frente (o seu mecanismo autónomo de locomoção é uma autêntica homenagem ao caranguejo).
E quando não consegue andar em frente, rabuja por tudo e por nada.
E quando rabuja por tudo e por nada, depaupera-se muito rapidamente.
E quando se depaupera muito rapidamente, acaba por adormecer.

E como se este ciclo vicioso não fosse já o suficiente para intrincar a sua existência e a existência de quem a rodeia, a Player1331 enferma-se ainda com uma extraordinária (e não espectacular, como se pudesse pensar) esquizofrenia.
Se bem que a Player1331 prefere dirigir-se à sua esquizofrenia como "um montes de problemas mentais graves".
É que assim soa muito menos sério, e muito mais estouvado.

E toda a gente sabe que tudo o que é estouvado, isso sim, é que é espectacular.



Pwfh

O Pwfh julga que é o maior, o que, para anão, é, já de si, uma ambição para a vida.

Dizerem ao Pwfh que ele é apenas um sósia em ponto pequeno do Steven Seagal é fazer pouco dele.
Será, até e quiçá, o suficiente para o apanharem a morder-vos as canelas e a fazer roundhouse kicks aos vossos tornozelos.

Em boa verdade, as espectaculares particularidades do Pwfh falam por si.

O espectacular facto de ser intempestivo, inoportuno, inopinado, inusitado, intrasado mental e muitas outras coisas começadas por "in" dá a conhecer uma infinita e multifacetada capacidade para arranjar problemas onde os problemas menos o esperam.

A sua espectacular idoneidade para conseguir representar a mesma expressão facial de mil e uma formas diferentes revela-se um precioso trunfo no combate às rugas, conseguindo assim partir de uma guerra acesa de palavras para um debate animado sem criar um único refego na pele.

O seu espectacular manancial de artes marciais dá a possibilidade aos seus oponentes de um dia poderem dizer aos seus netos que "o avô já partiu a boca a um tipo que sabe karaté", ou "o avô já partiu a boca a um tipo que sabe kendo", ou ainda "o avô já partiu a boca a um tipo que sabe aikido".

E o mais importante e espectacular a reter sobre o Pwfh é o seguinte: a fonética do seu nome.
Dizer "Pwfh" ou deixar cair meio quilo de banha de porco no chão produz o mesmo som.
E isso é deveras espectacular.

Um último facto a reter sobre o Pwfh: o seu sério problema de flatulência.
Alturas hão-de haver em que se vão apanhar a vocês mesmos a dizer que há algo no Pwfh que cheira mesmo muito mal.
Nessas alturas, o mais provável é estarem certos.



R2-D2

Como uma cópia chapada do Demis Roussos, o R2-D2 apresenta-se como a prova viva de que é possível um homem vestir-se com carpetes, usar botas de cores brilhantes e ofensivas, cantar e falar com voz de falsete, usar meia Amazónia peitoral orgulhosamente de fora e sentir-se bem com tudo isso sem ser com recurso a drogas pesadas.

E aparentemente a esquizofrenia estava em saldos, pois o R2-D2 é a terceira personagem do grupo a padecer deste tipo de psicose.
Neste caso, uma aguda inclinação para assumir, por vezes, exactamente metade das vezes, o ego do Eládio Clímaco.

No seu todo, uma esquizofrenia numericamente muito certinha.
E muito Jogos sem Fronteirástica.
E muito Festival Eurovisão da Cançãozística.

Pontuação: R2-D2, doze pontos.
R2-D2, twelve points.
R2-D2, douze points.



Tiagu Grilu

O Tiagu é algo de espectacularmente metafísico.
Ou seja, o Tiagu consegue agregar num mesmo ser dois conceitos completamente impossíveis de concatenar: o conceito "Paula Bobone" e o conceito "toda nua".

Como é que o Universo não implode com a conjugação dos dois, isso é algo que nem mesmo o próprio Moita Flores consegue explicar.

Para além de uma natural apetência para sufixar todos os seus nomes com a vogal "u", o Tiago manifesta ainda outra natural apetência: o de ser naturalmente parvo.
Senão, de que outra forma se explica que um homem adulto e formado deseje ser a Paula Bobone toda nua numa jigajoga de quimeras?

De qualquer forma, o Tiagu acaba por ser o único elemento do grupo que evidencia um claro super-poder: o poder de criar em quem o vê na sua pele de Paula Bobone de carnes ao léu o exacerbado desejo de ter nascido cego.
E isso é espectacular.



O Narrador declama:

Estas são as 11 personagens que vão, inicialmente, entrar na estória.
A aventura iniciar-se-à algures durante o decorrer desta semana que aí vem.
Estejam atentos...