Poucas pessoas sabem isto, mas a verdade é que eu já fiz um espermograma.
Já lá desde os meus 20 anos que tenho o desejo de ser pai, e o ano passado deu-me - porque deu-me - para ir descobrir se reunia as condições pessoais necessárias para esse efeito.
Se analisarmos as coisas à luz da derradeira racionalidade, o que eu fiz foi, no fundo, pagar 40 euros para estar quatro dias sem me vir e, ao quinto dia, ser encafuado numa pequena sala com um filme porno, a minha mão esquerda e muito, muito amor para me dar.
E a parte triste deste último apontamento é que lembro-me que seleccionei a última cena do filme, aquela onde estavam as três tipas e um tipo e a tipa loira era bojuda e isso para mim é 80% da decisão de com o quê é que me vou auto-satisfazer, e que estava tão cheio e tão à rasca que nem sequer consegui fazer
fast forward para a cena pós-broche onde o tipo começou a comer a tipa loira por trás enquanto as outras duas tipas morenas lhe faziam malabarismos nos tomates com a boca.
Aguentei-me para aí meio minuto (se tanto!) e quando estava ali mesmo quase para me vir comecei a entrar em pânico porque sabia que já estava naquela altura em que não ia conseguir aguentar a ejaculação e como tinha estado quatro dias sem coiso ia largar um jactame com tal magnitude que aquilo ia-me espichar no fundo do copinho (que naquela altura era efectivamente um copinho) e salpicar-me as calças todas.
Não espichou e não salpicou, e ainda hoje fico admirado com a mestria com que consegui vir-me sem mácula para aquele recipientezinho sem a ajuda de um funil.
A moral da história: alguns dias depois, quiseram os resultados que eu fosse fértil.
Fértil não: muito, muito fértil.
Aparentemente, tenho, por ejaculação, várias dezenas de milhões de espermatozóides a mais do que a média.
E quase todos eles hiperactivos.
Comigo, meninas, têm de se pôr a pau, senão até por absorção cutânea vos engravido.